“Place a beehive on my grave and let the honey soak through, when i am dead and gone that's what I want from you. The streets of heaven and gold and sunny, but I'll stick with my plot and a pot of honey. Place a beehive on my grave and let the honey soak through.”

Sue Monk Kidd

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Um dia

Ama-me quando menos quero, 
que é quando mais preciso de ti;
Abraça-me, num dos teus abraços
como quem aconchega um corpo frio 
e derrete um coração de gelo;

Mostra-me que vale a pena sonhar.

Pensa em mim, quando menos espero
Olha-me, quando mais ninguém me vê
Torna-me teu, e de mais ninguém

Não me digas uma palavra
Quando o teu olhar me encontrar;
Abraça-me, beija-me
Pede-me para ficar.

Quero ser teu
quando o tempo não for mais tempo;
Quando as folhas do Outono
das árvores caírem;
E o frio do Inverno me gelar a pele.

Corresponde ao que sinto, 
quando um café se tornar num encontro;
E uma conversa se tornar numa confissão
Uma confissão do mais puro e simples sentimento.

Um dia quero poder dizer,
Que o amor que sinto é correspondido
Que a felicidade me atingiu.
Que um dia o que foi apenas sentimento,
Deixou de o ser...e cresceu!


Edward Sarmento




sábado, 22 de junho de 2013

Respiro o teu corpo

Respiro o teu corpo:
sabe a lua-de-água
ao amanhecer,
sabe a cal molhada,
sabe a luz mordida,
sabe a brisa nua,
ao sangue dos rios,
sabe a rosa louca,
ao cair da noite
sabe a pedra amarga,
sabe à minha boca
 
 
         Eugénio de Andrade

Desejo Amante

Elmano, de teus mimos anelante,
Elmano em te admirar, meu bem, não erra;
Incomparáveis dons tua alma encerra,
Ornam mil perfeições o teu semblante:

Granjeias sem vontade a cada instante
Claros triunfos na amorosa guerra:
Tesouro que do Céu vieste à Terra,
Não precisas dos olhos de um amante.

Oh!, se eu pudesse, Amor, oh!, se eu pudesse
Cumprir meu gosto! Se em altar sublime
Os incensos de Jove a Lília desse!

Folgara o coração quanto se oprime;
E a Razão, que os excessos aborrece,
Notando a causa, revelara o crime.
 
 
                    Bocage
 

sábado, 25 de maio de 2013

Perdas e conquistas




Por onde começar? A maioria das pessoas pensaria que pelo início seria o melhor caminho a seguir. Para mim não importa por onde se começa, mas sim no que vai terminar este texto. Em tristeza? Em felicidade? Não sei. No preciso momento, o que sinto é um misto destes dois sentimentos. Referir-me a amizades como perdas e conquistas é algo que me deixa tanto contente, por ter pessoas na minha vida que me apoiam e me amam, mas por outro lado de tristeza, por ver que ao longo da minha jornada, por erros meus ou por circunstâncias que nada nem ninguém conseguiram controlar, amizades foram assim perdidas e acredito hoje, que dificilmente serão recuperadas.
Começo por falar das partes boas; das conquistas. É óptimo saber que dia após dia encontro nas minhas amizades, a força, o apoio, a base para a felicidade, que considero essenciais na minha formação como ser humano. Hoje tenho poucos a quem posso chamar amigos, mas posso garantir que apesar de serem poucos, são os melhores que alguma vez conheci. Dentro e fora do meu dia rotineiro, tive oportunidade de conhecer pessoas magnificas com quem lido e com quem partilho momentos de felicidade plena. Mais que amigos, tenho companheiros, tenho pessoas que guardo todos os dias no meu pequeno/grande coração. Almoços, um bom copo de vinho, um simples café, uma ida ao cinema ou até mesmo, quando a carteira permite, um jantar fora servem para compartilhar com o meu mundo que me sinto bem junto deles. Preciso de amigos, como toda a gente neste mundo precisa. Alguém que me apoie nos momentos difíceis, mas que também me saiba corrigir e chamar á atenção quando erro, pois isso é também um ponto a valorizar numa amizade. A capacidade de sermos criticados, de sermos corrigidos e de aprendermos a dizer: Eu errei, tinhas razão. Agradeço todos os dias pela felicidade que conquistei com estas pessoas com quem compartilho o meu dia-a-dia. Sou grato por encontrar nestas pessoas, uma segunda família, um segundo lar, um segundo aconchego. Não trocaria as minhas amizades por dinheiro nenhum deste mundo, disso sou capaz de jurar.
No entanto, nem tudo é como sempre quis que fosse. Agora vem a parte negativa; as perdas. É dessas das quais, mais me custa falar, pois o sofrimento pelo sentimento de perda é incalculável. Ninguém que não passe pela mesma situação, é capaz de imaginar o que significa perder um amigo, alguém de quem se gosta, alguém que faz parte de nós, que tem e terá sempre um lugar marcante no nosso coração e na nossa memória.  Se gostava de recomeçar do 0 com algumas pessoas que considero ainda marcantes na minha vida, direi com a maior certeza e sinceridade que sim. Custa-me muito, encontrar essas pessoas num corredor da faculdade, numa rua, estar frente a frente com elas, saber que em tempos já fomos amigos, e hoje não somos nada. Arrependo me todos os dias da minha vida, e o martírio é constante, por pensar que por erros meus, por ausência minha, por ser um idiota e não valorizar as maiores dádivas que a vida me deu, que são esses mesmos amigos que perdi, hoje somos completos estranhos. Se pedir perdão fosse o suficiente, perdão seria a primeira palavra que pronunciaria em direção a quem magoei. Mas a mágoa que causei foi maior. Fui, e hoje sinto-me um idiota, mas continuo a acreditar que todo o ser humano é merecedor de uma segunda oportunidade. E eu? Eu gostava de ter a minha. Gostava de poder voltar a sorrir com os amigos que perdi, gostava de voltar a saber que posso contar com eles, e fazê-los ver que podem contar comigo, independentemente do que for. Peço demasiado? Talvez sim, mas ainda assim, este é um dos meus maiores desejos. Recuperar amizades perdidas.
Em suma, sinto-me uma pessoa feliz por saber que tenho pessoas que me amam e que estão prontas para compartilhar momentos bons e maus comigo e vice-versa, mas por outro lado sinto me incompleto, vazio, triste. Pois perder alguém por quem ainda nutrimos sentimentos de amizade, é uma dor tão ou mais poderosa que a própria morte. Os que antes eram a minha base e aos quais hoje sou transparente, resta-me um sincero pedido de perdão. O primeiro passo supramencionado por mim neste texto reflexivo em que finalizo. O ser humano (eu, no particular caso) só dá valor às pessoas importantes, quando as perde, e talvez para sempre. Concluo este texto, com uma citação de Francis Bacon, que diz o seguinte: "Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto".

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Silêncio da Mente

"Vocês podem calar a minha voz, mas não os meus pensamentos!
Vocês podem acorrentar o meu corpo, mas não a minha mente!
Não serei plateia desta sociedade doente, serei autor da minha história!
Os fracos querem controlar o mundo; os fortes, o seu próprio ser!
Os fracos usam as armas; os fortes, as ideias!"



Excerto do livro: "A Saga de um Pensador", de Augusto Cury

Poeta de Rua

Não tenho morada certa
Mas resido dentro de mim

Ninguém pode roubar o meu sono
Não dependo dos outros para dormir.

Muitos moram em palácios
Mas são miseráveis mendigos.

De que adianta acumular tesouros
Se a alegria não podem comprar.







Poema do livro: "A Saga de um Pensador", de Augusto Cury

Poesia da Vida

Não sou poeta, 
nem considero aquilo que escrevo, poesia.
Sou apenas um mortal, estupidamente sentimental, que se deixa envolver na aura de mistério que o mundo que o rodeia comporta.
Há quem me considere louco, há quem encontre porem, entre os imensos defeitos que tenho, a maior das minhas qualidades.
Esse alguém alcança algo extraordinário que define a minha remota personalidade. 
A capacidade de amar, de gostar das pessoas sem avaliar preconceitos, etnia, cor ou orientação sexual.
Sou um amante. Amo, Amo quem merece, como merece e também o que lutou para merecer que o amasse. 
Oh lutador moribundo.... Tu que não conheceste amor no teu percurso de vida, toma agora a paz de espírito e sucumbe por fim, dando vitória á morte e acabando com o teu macabro sofrimento. 
Vai e serás amado. Se não for pela pátria que te reconhecerá, será por mim, que te vi sucumbir sofridamente para os salvares.

Prepétua Vida

Prepétua é a morte
Como uma prisão.
Não há forma de fuga e... o dia e a noite não existem
e a alma separa-se do corpo.
Prepétuo é o sopro delirante, que anestesia a linha da vida e nos impede de respirar.
Demonstração pura da agonia da morte
Tudo acaba e a vida parece não ter durado um único dia.
Agora, todos os dias que a morte nos trás, são passados na penumbra de um purgatório,
ansiando pela entrada num mundo alusivo aos contos de antigamente, onde se acredita que o céu existe.
É nesse momento que paro. Paro e reflito... De que me vale uma vida de tristezas e amargura, se num simples segundo, todo esse sentimento contido acaba e se desvanece na memória dos que ficam e me relembram.
Antecipo o pensamento da morte,para que este me dê, enquanto vivo, recados incessantes de que a vida não pode ser vivida num estado de estupidez onde deixamos que os maus sentimentos se apuderem da felicidade, da alegria de aproveitar cada momento e prende-lo depois a um livro sem final, que é a nossa história, o nosso percurso, a nossa memória.
Prepétua é a vida, que passa e passa e não espera para se cruzar com a morte. 
Quando esta chegar, o acordo de paz será selado e a vida terminará o seu papel no meu percurso como ser humano.
Ai começará um novo ciclo, prepétuo de dias para relembrar o que em tempos fui eu.