Por onde começar? A maioria das
pessoas pensaria que pelo início seria o melhor caminho a seguir. Para mim não
importa por onde se começa, mas sim no que vai terminar este texto. Em
tristeza? Em felicidade? Não sei. No preciso momento, o que sinto é um misto destes
dois sentimentos. Referir-me a amizades como perdas e conquistas é algo que me
deixa tanto contente, por ter pessoas na minha vida que me apoiam e me amam,
mas por outro lado de tristeza, por ver que ao longo da minha jornada, por
erros meus ou por circunstâncias que nada nem ninguém conseguiram controlar,
amizades foram assim perdidas e acredito hoje, que dificilmente serão
recuperadas.
Começo por falar das partes boas;
das conquistas. É óptimo saber que dia após dia encontro nas minhas amizades, a
força, o apoio, a base para a felicidade, que considero essenciais na minha
formação como ser humano. Hoje tenho poucos a quem posso chamar amigos, mas
posso garantir que apesar de serem poucos, são os melhores que alguma vez
conheci. Dentro e fora do meu dia rotineiro, tive oportunidade de conhecer
pessoas magnificas com quem lido e com quem partilho momentos de felicidade
plena. Mais que amigos, tenho companheiros, tenho pessoas que guardo todos os
dias no meu pequeno/grande coração. Almoços, um bom copo de vinho, um simples
café, uma ida ao cinema ou até mesmo, quando a carteira permite, um jantar fora
servem para compartilhar com o meu mundo que me sinto bem junto deles. Preciso de
amigos, como toda a gente neste mundo precisa. Alguém que me apoie nos momentos
difíceis, mas que também me saiba corrigir e chamar á atenção quando erro, pois
isso é também um ponto a valorizar numa amizade. A capacidade de sermos
criticados, de sermos corrigidos e de aprendermos a dizer: Eu errei, tinhas
razão. Agradeço todos os dias pela felicidade que conquistei com estas pessoas
com quem compartilho o meu dia-a-dia. Sou grato por encontrar nestas pessoas,
uma segunda família, um segundo lar, um segundo aconchego. Não trocaria as
minhas amizades por dinheiro nenhum deste mundo, disso sou capaz de jurar.
No entanto, nem tudo é como
sempre quis que fosse. Agora vem a parte negativa; as perdas. É dessas das
quais, mais me custa falar, pois o sofrimento pelo sentimento de perda é incalculável.
Ninguém que não passe pela mesma situação, é capaz de imaginar o que significa
perder um amigo, alguém de quem se gosta, alguém que faz parte de nós, que tem
e terá sempre um lugar marcante no nosso coração e na nossa memória. Se gostava de recomeçar do 0 com algumas
pessoas que considero ainda marcantes na minha vida, direi com a maior certeza
e sinceridade que sim. Custa-me muito, encontrar essas pessoas num corredor da
faculdade, numa rua, estar frente a frente com elas, saber que em tempos já
fomos amigos, e hoje não somos nada. Arrependo me todos os dias da minha vida,
e o martírio é constante, por pensar que por erros meus, por ausência minha,
por ser um idiota e não valorizar as maiores dádivas que a vida me deu, que são
esses mesmos amigos que perdi, hoje somos completos estranhos. Se pedir perdão
fosse o suficiente, perdão seria a primeira palavra que pronunciaria em direção
a quem magoei. Mas a mágoa que causei foi maior. Fui, e hoje sinto-me um
idiota, mas continuo a acreditar que todo o ser humano é merecedor de uma
segunda oportunidade. E eu? Eu gostava de ter a minha. Gostava de poder voltar
a sorrir com os amigos que perdi, gostava de voltar a saber que posso contar
com eles, e fazê-los ver que podem contar comigo, independentemente do que for.
Peço demasiado? Talvez sim, mas ainda assim, este é um dos meus maiores
desejos. Recuperar amizades perdidas.
Em suma, sinto-me uma pessoa
feliz por saber que tenho pessoas que me amam e que estão prontas para
compartilhar momentos bons e maus comigo e vice-versa, mas por outro lado sinto
me incompleto, vazio, triste. Pois perder alguém por quem ainda nutrimos
sentimentos de amizade, é uma dor tão ou mais poderosa que a própria morte. Os
que antes eram a minha base e aos quais hoje sou transparente, resta-me um
sincero pedido de perdão. O primeiro passo supramencionado por mim neste texto
reflexivo em que finalizo. O ser humano (eu, no particular caso) só dá valor às
pessoas importantes, quando as perde, e talvez para sempre. Concluo este texto, com uma citação de Francis Bacon, que diz o seguinte: "Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto".
Ama quem te odeia
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