“Place a beehive on my grave and let the honey soak through, when i am dead and gone that's what I want from you. The streets of heaven and gold and sunny, but I'll stick with my plot and a pot of honey. Place a beehive on my grave and let the honey soak through.”

Sue Monk Kidd

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

La Douleur Exquise


Quero-te, como talvez nunca quis alguém na vida. De uma forma tão pura que me é difícil concentrar nas coisas mais simples.

Amo-te, e perco-me em pensamentos de felicidade no silêncio da minha imaginação. Num passado, não muito distante, eu poderia ter sido teu, poderia ter-te oferecido a promessa de uma vida de felicidade, teria lutado contigo, contra tudo e contra todos, até que fossemos nós dois contra o mundo.
 Pedir-te-ia para ficares, para ficares comigo. Será que te dei menos do que te prometi? Será que me cheguei perto de mais de um precipício do qual não encontro o fim? Talvez, quem sabe. Todas as tuas inseguranças, todo o teu carisma e toda a tua felicidade eram e são a minha felicidade.

Amo-te incondicionalmente. E é nesta douleur exquise que entra todo o meu sofrimento. Hoje pertences a um outro corpo, a uma outra alma, e eu observo. Observo  que os erros que cometi e que continuo a cometer se estão hoje a virar contra mim. Sinto hoje, o que te fiz sentir em tempos e cruxifico-me por ter sido tão inseguro quanto ao que sentia por ti, quanto ao medo que se apoderava de mim.

Hipnotizas-me. O teu olhar, o teu toque, o teu cheiro, são para mim a tomada eléctrica que me carrega as baterias da alma, que me revitaliza o corpo e a mente. Estar contigo é para mim a melhor parte do dia, talvez até da noite, quando no repouso da minha cama, relembro todos estes sentimentos, e sonho.

Mas o meu sentimento não poderá nunca mais passar de um sonho. E é por te amar tanto, que tenho que te esquecer. Amar alguém que nos torna tão feliz e ao mesmo tempo tão miseráveis é o pior dos sentimentos que um ser humano pode sentir. Amar-te e saber que o meu coração segue por caminhos impossíveis nesta busca pela felicidade contigo, corrói-me por dentro, tira-me o ar.

Disseste-me: Segue em frente, mas eu pergunto-me: Para onde vou? Talvez para o recôndito do meu ser, onde posso amar-te para sempre e onde em sonhos nunca te perderei.

No entanto, se amar é querer ver alguém feliz, então tenho de deixar-te ir. Esta Douleur Exquise permanecerá, mas para mim o mais importante é que estejas feliz, ainda que não seja comigo. Se amar é querer ver o sorriso no rosto da pessoa amada, então quero que sigas a tua felicidade para que o mundo veja o sorriso maravilhoso que tu tens e com o qual conquistas o mundo, e me conquistaste.

É tempo de desistir. 

Aqui ficarei eu, comum mortal em constante diálogo com a minha mente, com o meu coração, tão cheio de ti e tão coberto por esta dor, por este sentimento que me transborda. Vai, e sê feliz. Ama, vive e sê amado.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Um dia

Ama-me quando menos quero, 
que é quando mais preciso de ti;
Abraça-me, num dos teus abraços
como quem aconchega um corpo frio 
e derrete um coração de gelo;

Mostra-me que vale a pena sonhar.

Pensa em mim, quando menos espero
Olha-me, quando mais ninguém me vê
Torna-me teu, e de mais ninguém

Não me digas uma palavra
Quando o teu olhar me encontrar;
Abraça-me, beija-me
Pede-me para ficar.

Quero ser teu
quando o tempo não for mais tempo;
Quando as folhas do Outono
das árvores caírem;
E o frio do Inverno me gelar a pele.

Corresponde ao que sinto, 
quando um café se tornar num encontro;
E uma conversa se tornar numa confissão
Uma confissão do mais puro e simples sentimento.

Um dia quero poder dizer,
Que o amor que sinto é correspondido
Que a felicidade me atingiu.
Que um dia o que foi apenas sentimento,
Deixou de o ser...e cresceu!


Edward Sarmento




sábado, 22 de junho de 2013

Respiro o teu corpo

Respiro o teu corpo:
sabe a lua-de-água
ao amanhecer,
sabe a cal molhada,
sabe a luz mordida,
sabe a brisa nua,
ao sangue dos rios,
sabe a rosa louca,
ao cair da noite
sabe a pedra amarga,
sabe à minha boca
 
 
         Eugénio de Andrade

Desejo Amante

Elmano, de teus mimos anelante,
Elmano em te admirar, meu bem, não erra;
Incomparáveis dons tua alma encerra,
Ornam mil perfeições o teu semblante:

Granjeias sem vontade a cada instante
Claros triunfos na amorosa guerra:
Tesouro que do Céu vieste à Terra,
Não precisas dos olhos de um amante.

Oh!, se eu pudesse, Amor, oh!, se eu pudesse
Cumprir meu gosto! Se em altar sublime
Os incensos de Jove a Lília desse!

Folgara o coração quanto se oprime;
E a Razão, que os excessos aborrece,
Notando a causa, revelara o crime.
 
 
                    Bocage
 

sábado, 25 de maio de 2013

Perdas e conquistas




Por onde começar? A maioria das pessoas pensaria que pelo início seria o melhor caminho a seguir. Para mim não importa por onde se começa, mas sim no que vai terminar este texto. Em tristeza? Em felicidade? Não sei. No preciso momento, o que sinto é um misto destes dois sentimentos. Referir-me a amizades como perdas e conquistas é algo que me deixa tanto contente, por ter pessoas na minha vida que me apoiam e me amam, mas por outro lado de tristeza, por ver que ao longo da minha jornada, por erros meus ou por circunstâncias que nada nem ninguém conseguiram controlar, amizades foram assim perdidas e acredito hoje, que dificilmente serão recuperadas.
Começo por falar das partes boas; das conquistas. É óptimo saber que dia após dia encontro nas minhas amizades, a força, o apoio, a base para a felicidade, que considero essenciais na minha formação como ser humano. Hoje tenho poucos a quem posso chamar amigos, mas posso garantir que apesar de serem poucos, são os melhores que alguma vez conheci. Dentro e fora do meu dia rotineiro, tive oportunidade de conhecer pessoas magnificas com quem lido e com quem partilho momentos de felicidade plena. Mais que amigos, tenho companheiros, tenho pessoas que guardo todos os dias no meu pequeno/grande coração. Almoços, um bom copo de vinho, um simples café, uma ida ao cinema ou até mesmo, quando a carteira permite, um jantar fora servem para compartilhar com o meu mundo que me sinto bem junto deles. Preciso de amigos, como toda a gente neste mundo precisa. Alguém que me apoie nos momentos difíceis, mas que também me saiba corrigir e chamar á atenção quando erro, pois isso é também um ponto a valorizar numa amizade. A capacidade de sermos criticados, de sermos corrigidos e de aprendermos a dizer: Eu errei, tinhas razão. Agradeço todos os dias pela felicidade que conquistei com estas pessoas com quem compartilho o meu dia-a-dia. Sou grato por encontrar nestas pessoas, uma segunda família, um segundo lar, um segundo aconchego. Não trocaria as minhas amizades por dinheiro nenhum deste mundo, disso sou capaz de jurar.
No entanto, nem tudo é como sempre quis que fosse. Agora vem a parte negativa; as perdas. É dessas das quais, mais me custa falar, pois o sofrimento pelo sentimento de perda é incalculável. Ninguém que não passe pela mesma situação, é capaz de imaginar o que significa perder um amigo, alguém de quem se gosta, alguém que faz parte de nós, que tem e terá sempre um lugar marcante no nosso coração e na nossa memória.  Se gostava de recomeçar do 0 com algumas pessoas que considero ainda marcantes na minha vida, direi com a maior certeza e sinceridade que sim. Custa-me muito, encontrar essas pessoas num corredor da faculdade, numa rua, estar frente a frente com elas, saber que em tempos já fomos amigos, e hoje não somos nada. Arrependo me todos os dias da minha vida, e o martírio é constante, por pensar que por erros meus, por ausência minha, por ser um idiota e não valorizar as maiores dádivas que a vida me deu, que são esses mesmos amigos que perdi, hoje somos completos estranhos. Se pedir perdão fosse o suficiente, perdão seria a primeira palavra que pronunciaria em direção a quem magoei. Mas a mágoa que causei foi maior. Fui, e hoje sinto-me um idiota, mas continuo a acreditar que todo o ser humano é merecedor de uma segunda oportunidade. E eu? Eu gostava de ter a minha. Gostava de poder voltar a sorrir com os amigos que perdi, gostava de voltar a saber que posso contar com eles, e fazê-los ver que podem contar comigo, independentemente do que for. Peço demasiado? Talvez sim, mas ainda assim, este é um dos meus maiores desejos. Recuperar amizades perdidas.
Em suma, sinto-me uma pessoa feliz por saber que tenho pessoas que me amam e que estão prontas para compartilhar momentos bons e maus comigo e vice-versa, mas por outro lado sinto me incompleto, vazio, triste. Pois perder alguém por quem ainda nutrimos sentimentos de amizade, é uma dor tão ou mais poderosa que a própria morte. Os que antes eram a minha base e aos quais hoje sou transparente, resta-me um sincero pedido de perdão. O primeiro passo supramencionado por mim neste texto reflexivo em que finalizo. O ser humano (eu, no particular caso) só dá valor às pessoas importantes, quando as perde, e talvez para sempre. Concluo este texto, com uma citação de Francis Bacon, que diz o seguinte: "Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto".

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Silêncio da Mente

"Vocês podem calar a minha voz, mas não os meus pensamentos!
Vocês podem acorrentar o meu corpo, mas não a minha mente!
Não serei plateia desta sociedade doente, serei autor da minha história!
Os fracos querem controlar o mundo; os fortes, o seu próprio ser!
Os fracos usam as armas; os fortes, as ideias!"



Excerto do livro: "A Saga de um Pensador", de Augusto Cury

Poeta de Rua

Não tenho morada certa
Mas resido dentro de mim

Ninguém pode roubar o meu sono
Não dependo dos outros para dormir.

Muitos moram em palácios
Mas são miseráveis mendigos.

De que adianta acumular tesouros
Se a alegria não podem comprar.







Poema do livro: "A Saga de um Pensador", de Augusto Cury