“Place a beehive on my grave and let the honey soak through, when i am dead and gone that's what I want from you. The streets of heaven and gold and sunny, but I'll stick with my plot and a pot of honey. Place a beehive on my grave and let the honey soak through.”

Sue Monk Kidd

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Estranha forma de amar


Hoje encontrei um homem,
um homem lindo,
Nu, inocente,
Com um sorriso lindo
Deitado numa poltrona.

Os nossos olhares cruzaram-se
E, sem o ver,eu vi-o todo inteiro,
Não só por fora, como por dentro,
Era lindo, cabelo liso, ar confuso
Era sereno e puro, mas confuso de entender.
Mesmo assim resplandecia, até na noite mais escura.

E eu...Bem posso dizer que eu me apaixonei,
Para mim, a vontade de o ter perto de mim,
foi instantânea e imediata.
Por fim, decidi tomar uma atitude e cumprimentei-o
E, a toalha que lhe tapava o sexo,
Caiu quando ele me retribuiu o gesto.

Ele sorriu-me, com um sorriso harmonioso,
E eu, retribui-lhe o sorriso,
Nunca deixando de o fitar nos olhos.
Reparei que, nos seus olhos podia ver expressividade
que rapidamente me cativaram o espírito.

A conversa foi surgindo, e eu, não contendo o que sentia,
disse-lhe que o amava,
que me tinha apaixonado por ele,
De repente, o sorriso, antes harmonioso que pude observar,
passou a ser, um sorriso brando mas calmo.
Ele ouviu e pensou, e no fim beijou-me.

Dias depois, depois do meu banho, a campainha tocou,
Era ele...tinha voltado a encontra-lo, ou antes, ele encontrou-me a mim
Convidei-o a sentar-se, onde após um café e uma longa conversa
Ergueu-se e, totalmente nu entregou-se a mim

Ama-mo-nos os dois,
e, durante os dias que iam passando,
Entre sexo e beijinhos
Éramos apenas dois corpos
cândidos como meninos...

Sorrindo, disse-me:
Hoje, por ti me apaixonei
e em ti, um belo fruto encontrei
E eu, sedutoramente lhe disse «Come!»

E ele, que tinha fome
viu o bicho falar mais alto
e comeu o fruto,
sobre si mesmo deitado.

Ambos comemos do fruto
com o mesmo olhar desejado.
Com o que ali vivemos,
senti meu sonho realizado.

Mas logo que acabamos,
brancos e frios,
Notamos que tudo não passou
de um segundo de uma vida.
E o espanto e felicidade
Deixaram-no mudo.

Enquanto eu pensava, na lua que nos olhava,
ele viu que se tinha apaixonado
Quando isso tudo aconteceu,
quando na poltrona me conheceu.

E eu retribui-lhe todo o amor e paixão
Pois também eu me apaixonei,
pelo homem do cadeirão

Eduardo Sarmento

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